O gosto do que gosto varia de acordo com o cardápio , nem
sempre quero doce, ás vezes prefiro é mesmo amargo.Não estou falando de comida,
mas de fome.Do sabor do gozo, da colheita do desejo por satisfação, da safra das
variações entre quatro paredes.Dos truques que a gente já nasce sabendo e dos
que a gente aprende quando substitui a dor pelo prazer.
A sedução mortífera, pelo cheiro, pela simulação que é
inocente quando na verdade é “safada”, pelas curvas, pelas harmonias, pelos
trejeitos, uma medusa que transforma em pedra quem se atreve a escapar de sua
mirada. E na antecedência do ato tempera-se com as insinuações dos quadris, os
contornos das coxas, a língua que toca os dentes quando fala. E quando chega a
hora h o defloramento acontece sem macular as pétalas, mesmo com todo vigor e
força, extrai-se seguro o néctar como se faz com a uva um vinho.