Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Brincadeiras Proibidas

Uma relação sexual entre duas pessoas é simples, basta que os dois tenham vontade e desejo suficiente que ela naturalmente se consuma, agora sexo, sexo é complexo. Não que ele seja complicado, mas as aventuras do corpo contêm muito mais do que só penetração, são corpos, almas, medos, significados, posições, provas, descobrimento, paixões, malícias, fetiches, tensões, delicadezas, resultados, relaxamentos, canções, submissões, saúde, dominações, ferocidade e sagacidade, carinho e caricia, orgulho, mistério maternal, leite seminal, todas as esperanças, todas as frustrações, benefícios, doações e concessões e mais um milhão de coisas. Sempre considerei que em matéria de sexo o que é verdadeiramente obsceno é a hipocrisia das pessoas e o seu falso pudor. A vulgaridade sim é algo que banaliza o desejo, mas é possível, sem traumas ou grandes repressões, ter uma sexualidade satisfatória e saudável com as “brincadeiras proibidas”.
Como aquela em que nos agarramos no banco de trás do taxi, sem mesmo se importar com o motorista, e você se abaixou fingindo que alguma coisa tinha caído no assoalho do carro,abriu meu zíper e me fez feliz por pelo menos cinco minutos. Ou aquela em que nos pegamos na sacada do seu apartamento e você, com seu instinto exibicionista, ficou peladinha mostrando seus belos seios alabastrinos, suas coxas grossas e seu bumbum empinado para todos os voyeurs dessa cidade.Ou ainda, a melhor de todas, aquela em que você em roupas muito provocantes, desfilou pelo supermercado rebolando e provocando todos os consumidores.E eu seu macho confiante, seu homem viril, seu dono e seu amante, escondido e orgulhoso, assistia o desejo deles se resumir a comê-la apenas com os olhos porque quem possui você mesmo, sou eu, sou eu, sou eu. Ah o orgasmo, porque palavra tão feia para um momento tão gostoso? Bom mesmo é chamar esse momento de êxtase de gozo!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Canalha

“O canalha é sempre um cordial, um ameno, um amorável e costuma ter uma fluorescente aura de simpatia.” - Nelson Rodrigues

É sempre arriscado largar uma mulher para ficar com outra, porque a atual pode ser muito melhor do que a nova. Mas para o canalha nada disso interessa, o risco sempre vale a pena porque o que importa mesmo é bola na rede, é pegar quem dá mole, esse negócio de sensibilidade pra ele é coisa de “boiola”, afinal os sentimentos dele são de plástico. No seu código de sujeito másculo, macho que é macho trata mulher igual a cachorro magro, não dá muita comida (atenção) e nem muito carinho. Assim elas ficam sempre rodeando.E tem um monte de mulher que adora bad boys e os mal caráter.
O canalha quer é sexo casual, se possível gratuito, mas não dispensa a prostituição, as mulheres de vida fácil são profissionais e sabem simular muito bem uma relação real, como tratar um homem mesmo que seja apenas por uma hora.Busca sempre uma substituta, solteiro, casado ou enrolado, não se satisfaz sempre com a mesma mulher, que sempre é variar o cardápio.Suas relações são disfarçadas, demonstra uma intenção falsa de compromisso, mas na verdade seus relacionamentos só tem um propósito.Fazer sexo.
Embora nem todos os homens sejam canalhas, há sempre aqueles que se salvam, para o azar das mulheres é muito difícil identificar um canalha, porque dentro de todo homem se esconde um.Alguns conseguem manter sua aura de santos por um longo tempo, outros rapidamente revelam sua verdadeira identidade.Um canalha sabe esconder bem seus defeitos, sabe encobrir seus rastros e domina a arte de convencer as pessoas.
O canalha sabe explorar muito bem as fraquezas femininas, usa a carência e a ingenuidade das mulheres para aprisionar e para seduzir. E só para quando uma espécie de fêmea mais experta do que ele o conquista.
A Safadinha.

A safadinha


Olhando assim de perto ou de longe ela é linda. Do tipo que chama mesmo a atenção, rosto de bebê, seios fartos inflados pelo silicone, coxas grossas, pernas bem torneadas e corpinho violão. O que ninguém sabe que por de trás daquela beleza toda se esconde uma mulher safadinha, no sentido de ser sacana mesmo. Lembra muito uma daquelas mulheres personagens do Nelson Rodrigues como a “bonitinha, mas ordinária”, embora nos dias de hoje chamar qualquer mulher de bonitinha pra elas seja o equivalente a dizer: “feia, mas arrumadinha”. Elas querem é ser admiradas e consideradas não só bonitas, mas atraentes.A verdade é que nem todas são, porém toda mulher tem seu encanto.
Mas a formosura de muita fêmea engana, ás vezes os defeitos de seu caráter superam e muito as virtudes de sua beleza. O lance secreto da safadinha é que ela sabe disfarçar muito bem, parece que não passa só maquiagem na cara, mas que passa também na conduta e aí engana qualquer otário direitinho. Segue um padrão de comportamento moralmente aceito por todos enquanto cai na esbórnia com as amigas sigilosamente. Se cresceu num ambiente excessivamente liberal achará normal ser dadivosa, se adolesceu num ambiente muito repressivo pode querer bancar a revoltadinha e resolver dar mais que chuchu na serra. A safadinha é uma das possibilidades femininas dentre as muitas variedades de comportamento mulheril.
Com a liberdade sexual obtida há algumas décadas, qualquer mulher transa com qualquer um, por qualquer motivo, em qualquer lugar, o corpo é delas, e quando são jovens, ou ás vezes já “velhas”, fazem barbaridades, ninguém segura, basta ser discreta que a sua promiscuidade nunca será descoberta.
A safadinha tem um espírito competitivo, a flor da pele, adora sair com homens casados, à sensação de poder que ela sente quando está seduzindo ou transando com o homem de outra mulher é algo que lhe satisfaz muito. Quando quer conquistar alguém atua como uma fêmea no cio, se joga, se insinua, se esfrega, faz charme, faz biquinho, voz de neném e poses sexy. E quando coloca na cabeça que quer um cara não desiste enquanto não conseguir. A auto-estima dela está toda baseada em suas conquistas e nos homens que estão afins dela. Ela os coleciona como bonequinhos. Escolhe a dedo cada um, seguindo sempre critérios relativos à grana e a beleza. Leva todo mundo no bico. Nunca fica sozinha, está sempre namorando ou saindo com alguém. Mas no fundo não existe mulher mais solitária do que ela, porque da mesma forma que ela não se doa totalmente, ninguém se dá para ela completamente.
Agora, sem falsos moralismos, todo homem adora uma safadinha, principalmente os canalhas.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A substituta

Em duas situações ele procurava substitutas: Quando de uma decepção amorosa e para fazer tudo aquilo que não faria com a própria mulher.Movido por essas decepções ele primeiro procurava mulheres fisicamente parecidas com sua amada algoz.Assim se ela fosse loira ele só olhava e tentava seduzir loiras.Assim ia se satisfazendo comas semelhanças como se elas fossem ela. Mas se o tempo passasse e a raiva aumentava,  então escolhia uma substituta contrária.
Se sua ex-amada tinha os seios pequenos e duros, ele escolhia as de seios grandes e moles, se ela tinha a voz rouca, ele as preferia de vozes estridentes, enquanto seu ex-amor era discreta e só sussurrava, ele  queria aquelas que gemiam coisas vulgares quando estava na cama com elas. O jogo da substituta era uma forma dele consumar sua vingança.
As substitutas também serviam para ele fazer tudo aquilo que não faria com a própria mulher, era quase que uma instituição para a manutenção de seu casamento. Se sua esposa descobrisse elas seriam as “vagabundas”, mas para ele eram as necessárias substitutas. Assim foi a Gina, que adorava lingerie vermelhas e de tapinhas, muitos tapinhas no bumbum. A Deborah dos olhos azuis e glaciais, coxas grossas, panturrilhas espessas e pés gelados, fazia um ótimo macarrão alho-e-óleo. A Vivian que tinha um filho de nove meses, e uma tatuagem de pimenta malagueta na virilha.E também a Janaina, Arlete, Berenice, Verônica, Teresa, Irene, Vanessa, Margarete, Cláudia, Beatriz, Denise, Lia, umas 4 Marias e umas três Márcias, etc, etc. 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Obscenidade

Duro. É assim que a moça gosta, bem duro, não com as palavras ou gestos, mas com o membro rígido, como uma haste quente pronta para penetrar,  talo que a rasgará apenas simbolicamente, sem sangue, com alguma dor, porém com muito deleite.O desejo é um expressão animalesca entre o homem e uma mulher.Entretanto, "hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.", se alguns apenas desejam, outros apenas sentem ternura, e há ainda os que sentem ternura e desejo ao mesmo tempo.Afortunados são esses que unem num mesmo sentimento tesão e carinho.
Intumescidos, a pontas dos bicos do seio durinhas, com a boca experimenta-se ora um, ora outro, como botões de rosa pontudos e macios. E suas entranhas se umedecendo, se liquefazendo, e os meus dedos se tornando soldados bravos, a língua dura sua munição, úmida, saboreando os cantos, provando os gostos, o clitóris fremente e o coração disparado. Dentro dela fica tudo misturado, acaba descobrindo que tem dois centros e dois lados.
Não existe mulher mais voluptuosa do que aquela que tem dois núcleos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mulher brasileira é feita de amor - Parte III

A paraense sedutora


A recordação vai estar com ele aonde for
A recordação vai estar pra sempre aonde eu for
Dança, sol e mar, guardarei no olhar
O amor faz perder, encontrar
Lambando estarei ao lembrar que este amor
Por um dia, um instante foi rei
(Chorando Se Foi (Lambada) –Kaoma)

O calor de Belém do Pará entra na gente e o sangue de qualquer homem fica fervente. Adiciona-se a isso ao caldeirão de misturas que é a cidade, ao povo bacana e variado, a cidade morena é povoada pelos risonhos, gazos, brancos e sararás.Na cidade das mangueiras você estará se sentindo num dos corações do Brasil.
Era sábado, maré alta de março, daquelas que alagam tudo, o poeta ainda sentia o gosto do caranguejo na boca quando ali pertinho dele a paraense sedutora chegou com seus cabelos negros e lisos como talas. A pele cor de coca-cola com bastante gelo.Os olhos, dois caroços de açaí maduros. Recatada, a morena de pálpebras puxadas transformaram o poeta em Ícaro.O mesmo Ícaro que voou perto demais do sol e suas asas de cera derreteram, lançando-o de volta à terra.No mercado de ver-o-peso lá estava ele fascinado pela presença daquela paraense sedutora.
Não foi preciso que ele matutasse muito uma aproximação, a moça meio-índia sorriu tanto com os olhos que ele automaticamente a seguiu pelas margens de um grande rio. “Você está me seguindo?”, disse com aquele sotaque líquido que tanto fascinava o poeta.Daquele dia ele nunca se esqueceria.
As paraenses tem o coração do tamanho da Amazônia e o poeta mergulho de cabeça dentro dela. E pensou que nunca mais sobreviveria sem açaí, maniçoba e pato no tucupi, tacacá, Ver-o-Peso, marés, rios e ilhas, canoas e torço nu. Ele queria viver para sempre sem camisa.
A morena usava um perfume, uma essência da floresta, tomava um banho-de-cheiro com vinde-cá, priprioca, patichouli, orisa, pau-cheiroso, chama, pau-rosa, e catinga-de-mulata.O corpo deles ficava constantemente suado e a energia para agüentar aquela intensidade vinha do açaí com farinha de tapioca ou farinha d’agua.
Ela gostava mesmo era de fazer amor sob a luz da lua e das estrelas, nos igarapés a sua cintura equatorial lembrava o balanço de uma antiga dança chamada de lambada, era na chuva ou no sol sem parar, a paraense sedutora quase reduziu o poeta ao bagaço, mas ele sobreviveu. Por pouco.

Mulher brasileira é feita de amor - Parte III

Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico. (Nelson Rodrigues)

A dança das luzes da marina foram os primeiros sinais de que a carioca charmosa derreteria seu coração. No Rio de Janeiro as horas não são tão maciças como as de São Paulo e o poeta, que sempre deu sorte com mulher, antes de encontrar a garota repetia pra si mesmo: “O amoroso é sincero até quando mente.” Toda mulher deveria ser amada por um poeta, os machões parecem até levar vantagem, mas homem bom mesmo é aquele que tanto sabe falar manso como falar grosso, porque se impõem e dá uns tapinhas na hora da sacanagem, mas faz um carinho e muito chamego depois de uma transa de derreter os satélites.E as cariocas sabem muito bem como desfrutar isso e com voluptuosidade e carência.
A mulher carioca você conhece pelo som das palavras que diz, pelo bronzeado de cacau e pelos vestidos curtos antes e depois do natal. Se o tempero da baiana é a pimenta, o dela é o sal. Ela é uma fera marinha toda coberta de mel. Por isso a carioca você não só beija como lambe todinha. Quando o poeta conheceu essa carioca charmosa que desfilava pela praia, sentiu de longe os feromônios da sua feminilidade misturados a maresia do mar do Leblon.
Os cabelos dourados emolduravam sua testa larga, as sobrancelhas negras desenhavam semi-arcos perfeitos em sua pele. O olhar do poeta, muito aguçado, percebe cada detalhe. Quando ela andava, suas partes naturais sobressaiam sob sua roupa, seios e bumbum em harmonia com a barriga, braços e pernas. A boca vermelha e úmida indicava que ela sabia molhar o beijo, a carioca era charmosa demais. No bar depois da avenida o caminho deles se cruzou.
Não demorou muito para ela perceber os olhares de aceno do poeta, retribuiu com um sorriso de convite. Ele passou por ela e foi ela quem disse: “Você me olha como se me conhecesse”.Foi a deixa para que o poeta a laçasse com as palavras e num abraço fatal os dois algum tempo depois já estavam íntimos entre as quatro paredes.
E quando ela se despiu teve a sensação de que jamais uma mulher se despira tanto ou ficara tão nua. Diante da visão dos seios enormes dela ele disse em tom másculo e doce: "Entre seus seios é meu lar"