Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

sábado, 30 de julho de 2016

Mude algumas coisas, mas mantenha outras


Algumas coisas necessitam de renovação, precisam mesmo de mudança, embora outras, por representarem nossas melhores qualidades ou conquistas, devem ser mantidas. Por isso mude livremente de opinião, mas preserve firmemente sua essência, mude de caminhos, mas mantenha a direção. Ou se precisar alterar mesmo a rota, tenha pelo menos um norte.
Sua metamorfose não precisa ser brusca, porque toda modificação precisa de um tempo para ser processada, de fases para se consolidar, de etapas para a transformação completa, de planejamento, de paciência e de um período de transição. Caso contrário será apenas uma mudança temporária, retornando ao mesmo estado do que era antes.
Qualquer mudança exige ousadia, embora ousadia possa significar tanto coragem como insensatez, depende da atitude de quem a pratica, assim como a rigidez pode demonstrar tanto determinação quando teimosia, da mesma maneira que a flexibilidade pode ser sinal tanto de falta de personalidade (maria-vai-com-as-outras) como de versatilidade.
Seja justo consigo mesmo e conserve o que te faz bem, e só elimine o que te faz mal. Faça uma limpeza geral em suas gavetas e armários, jogue tudo que não presta fora, mas mantenha na estante algo que represente uma boa lembrança. Procure por novidades e o que ficou obsoleto, ultrapassado ou fora de moda, delete. Atualize seus arquivos, faça um upgrade nos seus processos, quebre paradigmas, mas mantenha as boas tradições.

Mudar deve ser um projeto de aperfeiçoamento e não de decadência, porque o desafio maior não é mudar o mundo, mas não permitir que o mundo nos mude para pior.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Amigo não se faz, amigo se reconhece

O DIA 20 DE JULHO tem a cada ano se notabilizado por ser considerado o dia do amigo. O significado de amigos, em tempos de sociedade digital, foi largamente ampliado. Antigamente dávamos o título de amigos apenas para as pessoas cujo o convívio fosse estritamente físico, particular, continuo e constante. No entanto a tecnologia e as redes sociais expandiram esse conceito para muito além dos limites concretos da existência. E em virtude disso muitos amigos virtuais são tão ou mais presentes que os amigos tradicionais.
Porém apesar dessa ampliação do conceito de amigos, amigo ainda continua sendo aquela pessoa em quem se confia e com quem temos memórias em comum, afinidades, carinho, respeito e compreensão. Os amigos são parte da nossa identidade e é por esse fato que para chamar alguém de amigo, não necessariamente precisa ser apenas amigo, ás vezes até mesmo nossos familiares podem ser considerados um amigo pela sua maneira, participação e jeito de agir, por ser alguém sempre disposto a conversar e ajudar. E isso nunca vai mudar, não importa o quanto a tecnologia evolua.Porque amigo também é aquele que tem o poder de acrescentar nos acrescentar com suas ideias, momentos de vida, informações, sentimentos ou reflexões. Ou simplesmente alguém que está ali apenas para te ouvir.
E é por isso, e por muito mais, que eu desejo aos meus amigos tradicionais e virtuais um feliz dia do amigo e agradeço muito por sua atenção e amizade!

(Não se faz amigo, apenas cordialmente reconhecemos e somos reconhecidos como tal)

Um salto que foi um passo ou um passo que foi um salto

Não sei se é verdade, mas conta a história que num dia como esse, há muito tempo, lá no mundo da lua, a águia pousou sob a benção de Apollo, o deus grego da divina distância, e o pequeno passo de um homem foi um gigantesco salto para a humanidade. Um salto que foi um passo ou um passo que foi um salto num chão tão cinza que mais parecia feito de pó de giz. Não sei se é verdade se os pés de Neil Armstrong tocaram pela primeira vez o solo lunar, mas tenho certeza absoluta que observando ele caminhar, estavam Yuri Gagarin e a cadela Laika, e ele sorrindo e ela latindo. E até hoje quem lá voltar ainda pode ver Gagarin sentado numa cratera e ouvir o eco dos latidos da Laika .

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Viver dóI

Viver dói. Dói desde o momento que saímos de dentro do ventre de nossa mãe sentimos dor. Mas a dor que a vida nos causa não é apenas física, existe uma dor psicológica que nos aflige em forma de medo, de decepção, de desgosto. A dor está presente porque ela é uma ameaça que vai desde uma picada de agulha, uma dor de dentes, uma batida na ponta da mesa, o rompimento de um relacionamento até a perda de alguém querido por qualquer razão. Todos nós, enquanto vivos, estamos sujeitos a passar por uma frustração, desencanto, desapontamento, descontentamento, desilusão ou desengano. E isso deixa marcas dentro da gente, como mágoas ou ressentimentos. Por isso, não importa quanto você esteja feliz, há sempre uma dor rolando no fundo da sua alma. Mas sentir dor não é o mesmo que sofrer, porque sofrimento é uma escolha. Você pode sentir dor e não achar que ela é algo ruim, e assim não transformar essa dor em sofrimento. Porque sofrer é padecer pela preocupação, é se torturar por uma perda, é se angustiar continuamente por algo que passou ou que ainda virá, é ser refém da incerteza e se tornar alguém amargo e resignado com o próprio fracasso. A diferença é que dor é um fato, a coisa acontecida, mas o sofrimento é a nossa resposta a esse fato, é a nossa reação a dor.
Viver dói, viver é perigoso, viver é um risco porque a vida é um campo minado, cheia de incerteza e de perigos espalhados e escondidos por todos os lados, a gente nunca sabe qual passo pode ser o passo fatal, mas se deixar que essa dúvida nos domine em forma de sofrimento ficaremos sempre parados. A vida dói mais do que a morte, porque a morte “morrida” é rápida, num piscar de olhos você está morto. Mas estar vivo demora muito mais. Dor não causa o sofrimento, mas o sofrimento pode causar dor.

Enfim, aceitar que viver dói diminui o sofrimento.