Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

sábado, 12 de novembro de 2016

O que resta da festa

Todos convidados estão chegando
e não me importa o corte do terno
ou a cor do vestido
o que realmente me interessa
é o sentimento que eles trazem
porque uns vem de coração aberto
outros vieram de coração partido

Mas no salão
estão todos misturados
uns com sede de luz
outros com fome de som

E dançam por toda pista
como se não fossem esquisitos
e bailam como se não fossem estranhos

A banda que toca  
tem dois tipos
de convivas para entreter
os que estão ali para se divertir
e aqueles que vieram para aparecer

O banquete foi servido
para as damas de meias finas
e para os cavalheiros de gravata

Já é de madrugada
o vinho embebedou os fracos
e deixo-os caídos pela escada
o licor soltou a língua das virgens
e atiçou os demônios
da mulher depravada

O ponto fraco dos reprimidos
é a bebida gelada
muita personalidade oculta
é por ela revelada

No fim da festa
uns se foram sem despedir
outros nem queriam ir
mas foram
deixando sapatos pelo chão
carências, inseguranças e ciúmes
gravados em marcas nas paredes

E apesar de tanta confusão
amanhã ninguém irá se lembrar
que aqui houve um festejo

ou alguma celebração

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Igualzinho uma novela

Vivemos essa vida
um dia de cada vez
parcela por parcela
capitulo por capitulo
igualzinho uma novela

E para chegar ao fim
desse nosso folhetim
não dá para tomar atalho
pular para outro galho
cavalgar uma nuvem
ou pegar carona no vento

Antes que a gente morra
a gente mata
a fome
a sede
o tempo

Mas da morte não se escapa
quando chega a hora
não podemos adiar
o momento de se ir embora

Enquanto vivo, comemora
porque depois de morto
da gente só resta resto
lembrança, saudade, memória
e essas tristes lágrimas
de alguém que por nossa morte

chora

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

)Espaço(

Entre nós
nenhum espaço será aceito
alguns centímetros ou mil quilômetros
já é defeito
e de nada vale
se distante ou ao lado

Porque se não for rente
colado, unido, preso
e agarrado
essa distância
será para o nosso desejo
rigorosamente considerada
como se nossos corpos
um do outro estivessem

totalmente separados

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Inalcansável brilho

Vivemos em tempos de cobiça, não por causa de bens, mas por sermos bons. Não é o carro, a casa, muitos menos a beleza ou qualquer riqueza. O que desperta a mais profunda inveja são virtudes e talentos. E ela nunca ficou assim tão camuflada. Oculta nos aplausos, clandestina no apoio e intrusa na amizade. Nada é mais insuportável para o invejoso do que o inalcançável brilho de uma vocação.
Por isso sua inveja fica lá bem disfarçada de elogio fingindo que é admiração.

#inveja 

sábado, 6 de agosto de 2016

Nós, as pessoas complexas

Nós, as pessoas complexas, não somos apenas divididos ao meio, como se uma metade nossa fosse o acelerador e a outra o freio, cada pedaço da gente pode representar o contrário ou um lado diferente. Não nos contentamos só com a superfície, toda dúvida nos demanda um mergulho profundo e uma análise intensa de todo conteúdo. Nós somos triângulos que vivem num mudo redondo, por isso aqui nunca nos encaixamos, pulsamos em arritmia, porque fazemos parte da resistência, mas não da rebeldia.  

Nós, as pessoas complexas, combatemos o obsoleto e o antiquado, porque somos recicláveis, acreditamos que as pessoas são o que dizem, o que pensam e o que sentem. E sua riqueza está nesse acervo e não na diferença entre mil e cem, porque não somos números e ninguém é só o que tem. Embora sejamos complexos, não somos pessoas complicadas, porque enquanto pessoas complexas debatem pontos de vista, as pessoas complicadas (chatas) discordam só pelo prazer de criar problema ou polêmica. Buscamos o sentido da vida, estudamos nossos medos, e com a nossa humildade sabotamos a ignorância, minamos a estupidez e destruímos a arrogância.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Só para loucos

Louco? É muito pouco, é maluco, doido, pirado mesmo. Mas toda essa insanidade considerada loucura para o mundo “normal” na verdade é a cura e não a doença. O questionamento é o antidoto contra o veneno da alienação.
Não existe liberdade plena, porém com um par de asas pequenas e tortas dá para levitar um pouco acima do padrão, para sobrevoar o senso comum.
Nadar contra a maré é mais difícil do que a favor da correnteza. Mas quem quer se opor ao modo de viver e de pensar da maioria das pessoas? Só o louco não tem essa preguiça. Onde os normais enxergam sensatez, os malucos veem falta de coragem.
Só quem é pirado não entra nesse jogo de cartas marcadas e não rotula e nem permite que lhe colem na testa um atestado de pessoa comum. Aquele diploma conferido aos normais que são os competidores dessa luta constante por espaço e visibilidade, um diminuindo o outro para ocupar o seu lugar. Pisando na cabeça do colega e se apoiando nos ombros de um amigo só para ficar mais alto. Falando pelas costas, fofocando nas rodas e pela frente sorrindo amarelo e se fingindo de aliado quando na verdade é seu pior inimigo.

Só um doido para ser sincero, afinal não existe loucura maior no mundo de hoje do que dizer a verdade.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Despida, desnuda, pelada

Nua não é pelada
enquanto a boca
fica calada
deixa que o corpo fala

Carne crua
pele assada
se o corpo for branco
deixo ele moreno

Essa sua falta de juízo
é vertigem do pecado
tontura de veneno

Esse calor
que lhe sobe pelos meios
te molham o instinto
escorre pelos seios

Despida na entrada
não é desnuda na entranha
mulher em parcelas

minha conhecida estranha

Há gosto

É dessa coisa desconhecida
que tenho tido muito na vida
não me sangra
mas deixa ferida

O vento me trouxe mentiras
de um país sem sofrimento
como se lá todas pessoas fossem felizes
e aqui só padecêssemos de flagelos
desgraças e lamento

Minhas palavras
são só o que tenho
feitas de pedras, águas e pensamento
movidas a base de lembrança
e de esquecimento

Em seus frutos há gosto
de deserto, mar e perdão
se amargas ou doces são
já não me importo mais

Porque é nelas
que mato a sede da boca
e que alimento

meu coração

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Auge da nossa evolução

O olhar da menina índia não precisa de palavras para ser compreendido. A filha das selvas tem em sua natureza muito mais civilização do que os que se dizem urbanos. As verdadeiras feras estão a solta é nas cidades e não mais nas florestas. O perigo está nas esquinas e não nos igarapés e remansos das restingas e igapós. O que nos mata não são as ferozes jaguarunas ou as suçuaranas, sãos automóveis. Aliás, o que nos intoxica mais, a fumaça que sai dos escapamentos dos carros ou a do cachimbo do pajé?
Hoje quem arma a arapuca não é o índio. E a flecha envenenada é menos mortal que a bala perdida. E a Oca e a Taba são mais seguras que a casa, o condomínio ou o apartamento. A nossa sociedade dita evoluída e tecnológica constrói foguetes que vão à Lua e hidroelétricas que produzem energia. E os índios só tem flechas, bodoques, lanças ou zarabatanas e nem sequer fundem metais. Mas apesar de todo esse progresso, quem é mesmo que vive como animais?

Se pensarmos que "evolução" é chegar o mais perto possível de uma sociedade que tem por objetivo nos tornar todos iguais, então nós somos um fracasso como civilização, com milhões de pessoas vivendo na miséria. E os ianomâmis, Ticunas, Caingangues, Xavante e Pataxós são o auge da nossa evolução.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

(Nós, os frutos que caíram longe da árvore)

Nós, os frutos que caíram longe da árvore, passamos a vida toda achando que nascemos com defeitos de fábrica, porque nunca nos encaixamos em padrão nenhum, porque jamais nos sentimos normais ou iguais a todo mundo. Porque não somos semelhantes àqueles tolos que só identificam ou reconhecem seu valor ao se compararem aos outros. Temos plena consciência da nossa importância e não precisamos desses espelhos rachados para percebê-las.

Nós, os frutos que caíram longe da árvore, somos os primorosos imperfeitos, travamos uma batalha intensa para que o nosso belo conteúdo também se expresse de maneira simples e clara em nossas atitudes, gestos e até mesmo aparência.

Nós, os frutos que caíram longe da árvore, somos vítimas de uma ardilosa inveja, aquela que é instrumento daqueles que fingem não se importar conosco, que usam de um infantil escárnio, mas que na verdade estão apenas dissimulando seu interesse pela nossa forma diferenciada de ser. Ficam desorientados conosco porque não entramos em seu jogo de rivalidades ou competições. Então tentam nos ridicularizar, mas não percebem que o palhaço e o bobo da corte são eles e quem sempre está rindo por último somos nós.

Nós, os frutos que caíram longe da árvore, somos aqueles que destoam da maioria, ou porque são magros ou gordos demais, ou porque são altos ou baixos demais, ou porque nossa pele é escura ou branca demais, o porque tem alguma deficiência, ou porque se vestem diferente, ou porque pensam diferente ou porque fizeram escolhas diferentes da multidão. Quando nos reparam, nos apontam o dedo, mas secretamente nos observam com curiosidade e interesse.

Nós, os frutos que caíram longe da árvore, porque não vivemos na sombra, somos mais doces do que aqueles que caíram perto dos ramos onde foram gerados, e nosso sabor é resultado do amadurecimento lento e constante sob jugo do sol. Mas essa árvore de quem somos filhos e dela caímos longe, nunca saberá o nosso gosto, assim como o rio não bebe suas próprias águas, ou as nuvens não chovem sobre si mesmas.

Nós, os frutos que caíram longe da árvore, temos como fonte de nossa força, entusiasmo e motivação justamente na diferença que nos separa do joio do resto do mundo. E nossa virtude está em fazer desse desafio instrumento da nossa evolução.

Nós, os frutos que caíram longe da árvore, possuímos uma casca grossa, mas uma polpa macia e nossas sementes estão sempre prontas para germinar em solo fértil, porque o universo anseia por filhos que como nós, tenham asas nos olhos e raízes no coração.


sábado, 30 de julho de 2016

Mude algumas coisas, mas mantenha outras


Algumas coisas necessitam de renovação, precisam mesmo de mudança, embora outras, por representarem nossas melhores qualidades ou conquistas, devem ser mantidas. Por isso mude livremente de opinião, mas preserve firmemente sua essência, mude de caminhos, mas mantenha a direção. Ou se precisar alterar mesmo a rota, tenha pelo menos um norte.
Sua metamorfose não precisa ser brusca, porque toda modificação precisa de um tempo para ser processada, de fases para se consolidar, de etapas para a transformação completa, de planejamento, de paciência e de um período de transição. Caso contrário será apenas uma mudança temporária, retornando ao mesmo estado do que era antes.
Qualquer mudança exige ousadia, embora ousadia possa significar tanto coragem como insensatez, depende da atitude de quem a pratica, assim como a rigidez pode demonstrar tanto determinação quando teimosia, da mesma maneira que a flexibilidade pode ser sinal tanto de falta de personalidade (maria-vai-com-as-outras) como de versatilidade.
Seja justo consigo mesmo e conserve o que te faz bem, e só elimine o que te faz mal. Faça uma limpeza geral em suas gavetas e armários, jogue tudo que não presta fora, mas mantenha na estante algo que represente uma boa lembrança. Procure por novidades e o que ficou obsoleto, ultrapassado ou fora de moda, delete. Atualize seus arquivos, faça um upgrade nos seus processos, quebre paradigmas, mas mantenha as boas tradições.

Mudar deve ser um projeto de aperfeiçoamento e não de decadência, porque o desafio maior não é mudar o mundo, mas não permitir que o mundo nos mude para pior.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Amigo não se faz, amigo se reconhece

O DIA 20 DE JULHO tem a cada ano se notabilizado por ser considerado o dia do amigo. O significado de amigos, em tempos de sociedade digital, foi largamente ampliado. Antigamente dávamos o título de amigos apenas para as pessoas cujo o convívio fosse estritamente físico, particular, continuo e constante. No entanto a tecnologia e as redes sociais expandiram esse conceito para muito além dos limites concretos da existência. E em virtude disso muitos amigos virtuais são tão ou mais presentes que os amigos tradicionais.
Porém apesar dessa ampliação do conceito de amigos, amigo ainda continua sendo aquela pessoa em quem se confia e com quem temos memórias em comum, afinidades, carinho, respeito e compreensão. Os amigos são parte da nossa identidade e é por esse fato que para chamar alguém de amigo, não necessariamente precisa ser apenas amigo, ás vezes até mesmo nossos familiares podem ser considerados um amigo pela sua maneira, participação e jeito de agir, por ser alguém sempre disposto a conversar e ajudar. E isso nunca vai mudar, não importa o quanto a tecnologia evolua.Porque amigo também é aquele que tem o poder de acrescentar nos acrescentar com suas ideias, momentos de vida, informações, sentimentos ou reflexões. Ou simplesmente alguém que está ali apenas para te ouvir.
E é por isso, e por muito mais, que eu desejo aos meus amigos tradicionais e virtuais um feliz dia do amigo e agradeço muito por sua atenção e amizade!

(Não se faz amigo, apenas cordialmente reconhecemos e somos reconhecidos como tal)

Um salto que foi um passo ou um passo que foi um salto

Não sei se é verdade, mas conta a história que num dia como esse, há muito tempo, lá no mundo da lua, a águia pousou sob a benção de Apollo, o deus grego da divina distância, e o pequeno passo de um homem foi um gigantesco salto para a humanidade. Um salto que foi um passo ou um passo que foi um salto num chão tão cinza que mais parecia feito de pó de giz. Não sei se é verdade se os pés de Neil Armstrong tocaram pela primeira vez o solo lunar, mas tenho certeza absoluta que observando ele caminhar, estavam Yuri Gagarin e a cadela Laika, e ele sorrindo e ela latindo. E até hoje quem lá voltar ainda pode ver Gagarin sentado numa cratera e ouvir o eco dos latidos da Laika .

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Viver dóI

Viver dói. Dói desde o momento que saímos de dentro do ventre de nossa mãe sentimos dor. Mas a dor que a vida nos causa não é apenas física, existe uma dor psicológica que nos aflige em forma de medo, de decepção, de desgosto. A dor está presente porque ela é uma ameaça que vai desde uma picada de agulha, uma dor de dentes, uma batida na ponta da mesa, o rompimento de um relacionamento até a perda de alguém querido por qualquer razão. Todos nós, enquanto vivos, estamos sujeitos a passar por uma frustração, desencanto, desapontamento, descontentamento, desilusão ou desengano. E isso deixa marcas dentro da gente, como mágoas ou ressentimentos. Por isso, não importa quanto você esteja feliz, há sempre uma dor rolando no fundo da sua alma. Mas sentir dor não é o mesmo que sofrer, porque sofrimento é uma escolha. Você pode sentir dor e não achar que ela é algo ruim, e assim não transformar essa dor em sofrimento. Porque sofrer é padecer pela preocupação, é se torturar por uma perda, é se angustiar continuamente por algo que passou ou que ainda virá, é ser refém da incerteza e se tornar alguém amargo e resignado com o próprio fracasso. A diferença é que dor é um fato, a coisa acontecida, mas o sofrimento é a nossa resposta a esse fato, é a nossa reação a dor.
Viver dói, viver é perigoso, viver é um risco porque a vida é um campo minado, cheia de incerteza e de perigos espalhados e escondidos por todos os lados, a gente nunca sabe qual passo pode ser o passo fatal, mas se deixar que essa dúvida nos domine em forma de sofrimento ficaremos sempre parados. A vida dói mais do que a morte, porque a morte “morrida” é rápida, num piscar de olhos você está morto. Mas estar vivo demora muito mais. Dor não causa o sofrimento, mas o sofrimento pode causar dor.

Enfim, aceitar que viver dói diminui o sofrimento.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Estudante de coração

Quero falar de uma coisa, de algo triste, de uma tragédia, de jovens vidas que se foram na curva da estrada. A dor dos pais, dói no peito de cada um de nós que sentimos a empatia, a compaixão e o carinho por alguém que amamos de todo nosso coração e que se foi sem aviso, de repente, de uma hora para outra e com quem com vida, não encontraremos mais.
A saudade será para sempre o nome certo desse amor, a lembrança dos momentos acontecidos, a consternação por um destino que parece ter sido injustamente interrompido, o sorriso do menino, o piscar dos olhos da menina, que para sempre ficará na lembrança de quem por aqui passou e sua presença marcou. O peso nos é dado de acordo com tamanho de nossas costas, suportar a dor é possível, mas é duro e triste chorar a morte de um filho, que é o revés de seu parto, de seu nascimento, melhor lembrar o berço.
Estudantes de coração, bem aqui do lado, bem mais perto que pensamos, ficaremos aqui tomando conta da amizade, dos seus sonhos que ficaram espalhados no caminho, mas que ainda vão dar flor e fruto, ficaremos aqui cuidando melhor da juventude e fortalecendo ainda mais nossa fé.

Que Deus esteja com quem partiu e com que ficou, consolando, sustentando e dando força para passar por esse momento tão doloroso. Que a morte do que se ama, mesmo ferindo nosso coração, não nos tapem os ouvidos, porque hoje metade de nós será lamento, e a outra metade, silêncio...

sexta-feira, 29 de abril de 2016

DIURNO

Amanheceu. Que belo dia!
O sol ilumina os homens
E faz brilhar as mulheres

O dia amanheceu e espalhou sua luz
Pelas pessoas, pelas ruas e pelas casas
Atingiu a mente e o coração de qualquer um

O dia alastrou a esperança
E a mais completa promessa
De vitória, de sucesso e de satisfação
O dia surgiu. Dourado ou cinza
Com tempestade ou calmarias
Os mortais acusam sua presença clara em suas pupilas
Uns lamentam, outro sorriem, alguns até choram

Porque mesmo solar, o dia é incerto e sem garantias
Homens transpiram enquanto as mulheres
Vertem hormônio pelos poros
Desde a manhã até o pôr-do-sol
O dia aquecerá as mãos, mas esfriará os pés

O dia enche os inocentes e os culpados esvazia
Aos sobreviventes dará outra chance
Porém, aos mortos, mais uma condenação

De dia há os que comemoram o sol
E há os que anseiam pela lua
O Homem vestiu seu paletó
Ao mesmo tempo em que a mulher

Tirou o vestido para ficar nua

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Bela, recatada e “do lar”.

Bela, recatada e “do lar”, foi com estes estereótipos que a Revista Veja se referiu a Marcela Temer, 32, esposa do vice-presidente Michel (PMDB), 75, e que pode vir a se tornar nos próximos meses a primeira-dama do Brasil. Lógico que essas “qualidades”, hoje em dia na sociedade “moderna”, “libertária” e que busca o ideal de “ser livre de preconceitos”, foram vistas pelas mulheres como “defeitos”.  Concordo que realmente essa reportagem e esses “adjetivos” foram absurdos, são sim um retrocesso as conquistas sociais ligadas a igualdade de gênero, porém me causa um certo estranhamento quando as mulheres, para se afirmarem “empoderadas”, postam fotos como se tivessem testículos ao invés de seios, ou procuram mostrar comportamentos mais masculinos do que femininos para repudiar sua submissão. Não vejo isso como uma resposta. A identidade feminina é algo singular, belo e que representa para a humanidade a essência do amor. Homens e mulheres são sim iguais, porém, diferentes. E essa diferença não torna ninguém maior ou menor. Cada um tem seu papel, foi assim que definiu Victor Hugo: “O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita. O homem é o génio; a mulher é o anjo. O génio é imensurável; o anjo é indefinível.”. Não há fragilidade em ser mãe, mulher, garota ou menina, há dignidade, há admiração.E reconhecer isso não penso que seja machismo.
Quem REALMENTE lê o texto da reportagem vai perceber que a intenção está muito mais próxima da ridicularização da suposta superficialidade da moça do que da exaltação de seus predicados. E isso se comprova já no titulo de maneira muito sutil quando se nota as aspas na expressão “do lar”.
O fato é que detectei um uma outra reação. Por ser um instrumento de crítica profunda ao governo do PT, a esquerda está usando essa polemica causada pela Veja, para mais uma vez colocar em prática sua ideologia da vitimização das minorias, para mais uma vez se colocar ao lado dos “fracos e oprimidos” como salvadores da pátria. Coisa que eles não são e nunca vão ser. Enfim, é mais uma daquela enganações babacas deles.
 #belarecalcadaedolar


http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/bela-recatada-e-do-larBELA, RECATADA E "DO LAR".

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Quem ama não mata, quem mata não ama.

Quem ama não mata, quem mata não ama. Não apenas pelo julgamento do crime que é cruel, horrível, atroz e bárbaro, mas pela dimensão do sentimento que é o amor. Do amor só podem vir coisas boas, só pode vir vida, jamais a morte. A Carla foi vítima de um crime passional que chocou toda uma cidade e que por muito tempo ainda vai reverberar como consternação e lamento. E infelizmente seremos todos privados de sua companhia, presença e existência, mesmo aqueles que não a conheceram pessoalmente. Porque ninguém tem controle sobre a vida de ninguém, ninguém pode tirar a vida do outro assim, apenas por ter sido contrariado por qualquer que tenha sido o motivo. É dever de todos nós, seres humanos, daqui da cidade ou de qualquer lugar do mundo, mostrar as novas gerações que isso não é certo, que isso não é amor, que não é assim que se resolvem nossos problemas ou fracassos. As pessoas precisam conhecer a si mesmas porque só assim podem controlar suas fraquezas como o ciúme ou o ódio.
Nós pais e mães precisamos ensinar aos nossos filhos que para existir amor é preciso também existir respeito. A concepção adotada pela sociedade brasileira em relação à mulher sempre foi que ela é “objeto de posse” do seu marido ou mesmo namorado. O homem entende que possui um bem que é a “sua mulher”. Como se a mulher no contexto de um casamento inexistisse como ser pensante e capaz de decidir. Ainda hoje a sociedade discrimina a mulher vendo-a como a culpada, como a provocadora da situação, mesmo quando esta é a vítima. Isso não pode mais acontecer!
Mulher é feita para se amar, para ser respeitada e ser vista como igual. Que Carla descanse em paz, antes que sol pudesse acordar, o céu ganhará toda noite mais uma estrela para brilhar. Brilha Carla com luz, bastante luz, muita luz!

http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/policia/homem-mata-ex-mulher-a-facadas-e-e-encontrado-enforcado-em-sao-sebastiao/?cHash=5e4beeed89e1be038498c9ba945e6f68Homem mata ex-mulher a facadas e é encontrado enforcado em São Sebastião

quarta-feira, 23 de março de 2016

Poema em linha reta de Fernando Pessoa por André Luis Aquino



Minha interpretação do "Poema em linha reta" de Fernando Pessoa( Alvaro de Campos, seu heterônimo mais passional)  escolhido por ser a representação do desencantamento , de crítica e irritação com o mundo que nos cerca.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Mulheres são mais fortes que os homens

Penso que as mulheres, são mais fortes que nós homens. Mas essa força não é aquela bruta, não é aquela que advém de músculos, como de bíceps ou das panturrilhas, mas uma força que une corpo e alma na tarefa de exercer sua essência feminina, muito mais voltada que a masculina, para a realização da vida. Basta dizer que um homem para ser pai ou para poder ter um filho, só consegue através de uma mulher.
No âmbito espiritual, os homens e mulheres não são distintos por serem desiguais em direitos, ou por distinção anatômica entre os sexos, mas são díspares por uma questão de diferenças relacionada a missão de um e de outro. E são justamente essas diferenças que os tornam complementares. O gênero masculino busca objetivos e tem valores bem diferentes dos valores femininos. A masculinidade é medida em centímetros, metros, milhares ou milhões. A feminidade tem a visão mais ampla e não pode ser medida em medida nenhuma porque é sem medida. A virilidade busca impressionar, a feminilidade seduzir. Basta dizer que enquanto o homem quer possuir, a mulher quer oferecer.

O amor para um homem é uma das conquistas. Para uma mulher, o amor é uma razão para existir, e por isso para ela, o amor é como se fosse Deus. É mais fácil encontrar as boas caraterística humanas e suas qualidades superiores no mundo das mulheres do que no mundo dos homens. Elas são mais sensíveis e possuem os instintos emocionais mais apurados, a mulher é uma versão humana mais atualizada e com direito a alguns upgrades que nós homens ainda não temos.