Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

terça-feira, 28 de março de 2017

A bela fera e a fera bela

Esse final de semana assisti com meus filhos a versão cinematográfica do desenho animado “A bela e a fera”. E fiquei surpreso como uma história que vi quando adolescente ter um significado muito além daquele que eu havia percebido quando vi pela primeira vez. Em 1991, aos 17 anos, quando do lançamento desse filme pela Disney, não havia percebido e me fascinado com a personagem Bela, que com seu jeito feminino e doce, rompe com os paradigmas de submissão da mulher e sua maneira particular e especial de demonstrar o amor verdadeiro, aquele no qual a beleza interior predomina em detrimento da aparência física.
O personagem da Fera também é fascinante, a maldição do conto de fadas se assemelha demais a depressão da vida real, o castelo negro e vazio pode ser também símbolo de perda e de desesperança do príncipe que foi enfeitiçado. Tanto um ser humano enfeitiçado como um neurótico apresentam um comportamento destoante e destrutivo para consigo e para com os outros, estando à mercê desta maldição, sentindo-se sem forças para lutar contra ela. Antes de Bela, a Fera era assim. Mas enquanto Branca de Neve e A Bela Adormecida esperam ser salvas por seus respectivos príncipes, é Bela quem salva o seu física e emocionalmente. No instante em que a lágrima de Bela cai no peito de Fera, no final do filme, seu amor o livra de seu feitiço. A mensagem para mim é essa, a força de um sentimento verdadeiro, atua em qualquer sentido, porque foi capaz tanto de transformar a Bela de fora para dentro como também responsável por transformar a Fera de dentro para fora…

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