Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Eu gozo


Eu gozo, não só pela satisfação ou pelo alívio, mas principalmente pelo contato físico. Eu gozo, não só por causa do prazer, mas sim pela sensação de plenitude que o exercício da sexualidade me causa. Eu gozo principalmente por causa da troca de energia, pela aliança e enlace dos corpos e pelo estabelecimento de uma relação independente de sua duração, mas com certeza por causa da atração e pela afinidade.
Eu gozo pelo charme e a sedução do antes. Eu gozo pela sublimação do domínio e da dominação do durante. Eu gozo pelo equilíbrio e a paz do depois, em que se tem a nítida sensação de que o sofrimento e a inquietude estão finalmente ausentes. Eu gozo porque quero me sentir misturado com a minha parceira.Tanto que nos confundimos um com o outro antes de se levantar da cama.Como se aqueles momentos fossem durar uma eternidade.
Eu gozo, até mesmo sem sexo, sem a necessidade da penetração, um orgasmo intenso mesmo sem ejaculação, porque há regozijo sublime ao ouvir uma boa música, ao comer chocolate, ao escrever um texto, ao receber um carinho, um afago, ou ao ler um bom livro. Eu gozo só pelo fato de que um acontecimento esteja ao mesmo tempo confortando tanto meu corpo como a minha mente.

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