O livro e o filme “50 tons de cinza” expõem a fantasia
feminina da dominação, ou melhor, de ser dominada. E atrai a curiosidade das
mulheres para o universo do BDSM( "Bondage, Disciplina, Dominação,
Submissão, Sadismo e Masoquismo"), praticas que não são muito
comuns na vida sexual das pessoas em geral. O intuito é trazer prazer através
da troca erótica de poder, que envolve dor, submissão e tortura psicológica.
E há um caráter secreto e de mistério a esse mundo que servem para dar maior
interesse ao assunto. Mas é só isso. O resto é enganação.
Na minha opinião livro e filme fazem sucesso muito mais pela
curiosidade e pelo marketing envolvidos do que pela qualidade que existe no
enredo. Porque pornografia, erotismo e sexualidade no mundo de hoje, que é
muito mais liberal e aberto do que foi antes, não são novidade ou tabus, são
assuntos muito disponíveis e comuns para todos nós. “50 Tons de cinza” não
passa de um romance de banca de revista refinado, tipo aqueles “Júlia”: “moça
linda e pobre se acha horrível e encontra rapaz lindo e rico que se apaixona
por ela, se casam e terminam todos felizes no gramado da mansão dele, com suas
crianças lindas ao redor.” Filme e livro são extremamente clichê.
O que me intriga é saber que uma estória boba dessas pode
ser consumida tão vorazmente por milhões de pessoas. Afinal nossa sociedade não
é mais feita de mocinhas pudicas e alienadas como a personagem da estória. O
que nos leva a concluir que o sucesso dos “50 Tons de Cinza” é baseado no
preconceito, na repressão sexual e no machismo da nossa sociedade.
Descobri que “50 tons de cinza” foi todo baseado na série
‘Crepúsculo’ que fez muito sucesso entre os leitores e foi adaptado para poder
ser vendido como se fosse uma obra original. Ou seja, mais uma enganação. E como
tudo que engana o ser humano, vende muito.
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