Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mulher brasileira é feita de amor - Parte III

Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico. (Nelson Rodrigues)

A dança das luzes da marina foram os primeiros sinais de que a carioca charmosa derreteria seu coração. No Rio de Janeiro as horas não são tão maciças como as de São Paulo e o poeta, que sempre deu sorte com mulher, antes de encontrar a garota repetia pra si mesmo: “O amoroso é sincero até quando mente.” Toda mulher deveria ser amada por um poeta, os machões parecem até levar vantagem, mas homem bom mesmo é aquele que tanto sabe falar manso como falar grosso, porque se impõem e dá uns tapinhas na hora da sacanagem, mas faz um carinho e muito chamego depois de uma transa de derreter os satélites.E as cariocas sabem muito bem como desfrutar isso e com voluptuosidade e carência.
A mulher carioca você conhece pelo som das palavras que diz, pelo bronzeado de cacau e pelos vestidos curtos antes e depois do natal. Se o tempero da baiana é a pimenta, o dela é o sal. Ela é uma fera marinha toda coberta de mel. Por isso a carioca você não só beija como lambe todinha. Quando o poeta conheceu essa carioca charmosa que desfilava pela praia, sentiu de longe os feromônios da sua feminilidade misturados a maresia do mar do Leblon.
Os cabelos dourados emolduravam sua testa larga, as sobrancelhas negras desenhavam semi-arcos perfeitos em sua pele. O olhar do poeta, muito aguçado, percebe cada detalhe. Quando ela andava, suas partes naturais sobressaiam sob sua roupa, seios e bumbum em harmonia com a barriga, braços e pernas. A boca vermelha e úmida indicava que ela sabia molhar o beijo, a carioca era charmosa demais. No bar depois da avenida o caminho deles se cruzou.
Não demorou muito para ela perceber os olhares de aceno do poeta, retribuiu com um sorriso de convite. Ele passou por ela e foi ela quem disse: “Você me olha como se me conhecesse”.Foi a deixa para que o poeta a laçasse com as palavras e num abraço fatal os dois algum tempo depois já estavam íntimos entre as quatro paredes.
E quando ela se despiu teve a sensação de que jamais uma mulher se despira tanto ou ficara tão nua. Diante da visão dos seios enormes dela ele disse em tom másculo e doce: "Entre seus seios é meu lar"

Nenhum comentário: