Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ombro amigo


Ela estava num daqueles dias, ninguém parecia a entender, nada parecia ser capaz de aliviar sua tensão.Tinha brigado com o marido por coisas bobas.Aliás ela e o marido não viviam bem já fazia é muito tempo.Tudo era motivo para brigas e desavenças. Depois de alguns anos de casamento o desgaste da relação já era muito claro e em alguns dias chegava a ser insuportável tanto pra ela como para ele. Tentou se queixar para os filhos, mas eles não davam atenção a uma só palavra. A filha mais velha estava chateada com o namorado que não ligada, o do meio estava sempre jogando videogame sem parar e o mais novo era o mais novo e não entenderia nada.Sentiu que estava sozinha.Pensou em ligar para alguma amiga, mas a maioria de suas amigas só falariam de si mesma e também não a escutariam.Lembrou-se de um amigo, de um grande amigo da faculdade.Tanto tempo que eles não se falavam.Será que ele vai atender? Será que ainda se lembrará de mim? Resolveu arriscar mesmo assim, o máximo que aconteceria seria ele não atender a ligação.
E o velho amigo atendeu ao telefone numa boa, mostrou-se surpreso com a chamada e foi super gentil. Mesmo depois de tanto tempo sem se falarem pareciam que tinha sido ontem a ultima ligação.Só pelo seu tom de voz percebo que está chateada, o que aconteceu, linda? A maneira de ele ser doce continuava igual.Ficaram se falando horas e em nenhum momento ela falou sobre o marido ou as crianças.Ele então a chamou para ir pra casa dele. Ela ficou pensando, mas resolveu aceitar mesmo correndo riscos. Aquela situação a deixava instigada. Estava se sentindo reprimida demais nos últimos tempos e uma escapada da sua rotina lhe a faria muito bem.Seria uma ótima oportunidade para relaxar um pouco. Mas apesar da excitação, e aquele sentimento de perigo, não passava por sua cabeça que rolaria nada demais, seria só uma conversa na casa de um amigo das antigas.
O marido saiu para jogar futebol naquele sábado, os filhos estavam todos ocupados, a mais velha saiu com o namorado,  o do meio foi jogar videogame na casa do amigo e o mais novo foi para casa dos avós.Esse era o momento exato. Chegando lá, recebeu um caloroso abraço dele, foi tão gostoso que ela não tinha mais vontade de soltar, nem sabia que estava tão carente. Começaram a conversar, como era agradável poder falar sem críticas e censuras, tomaram vinho, as janelas abertas deixavam entrar uma gostosa brisa, foi se sentindo solta, livre, falou de si, das suas frustrações e ele também contou suas histórias,  reclamam bastante e riram gostosamente dos insucessos e dos infortúnios da vida.Ele pegou na mão dela, ela sentiu um arrepio.Não conseguiu disfarçar que gostou daquele contato, eles tinha sido amigos e nunca tinha rolado nada demais entre eles, apenas brincadeiras que nunca se concretizavam.
Ele reparou que ela ficou desconsertada, fiquei nervosa com sua mão na minha mão, disse sorrindo, depois dessa revelação não demorou muito para estar um nos braços do outro e quando perceberam, já estavam nus. Você se lembra daquela história da faculdade do Vick e do halls preto ? Era uma velha brincadeira que a turma contava. E então experimentaram um no outro e querendo mostrar sua melhor performance extravasaram toda energia acumulada, Um entrava no outro com tanta intimidade e sincronia que parecia que estavam casados há muito tempo.
Ela finalmente conseguiu aliviar sua tensão, gozou múltiplas vezes. Ele finalmente realizou o desejo que tinha, foi louco por ela nos tempos da faculdade, imaginava que depois que ela tivesse casado nunca mais teria uma oportunidade. Quando caiu em si a primeira reação dela foi de susto. Mas não se arrependeu.
Agora toda vez que briga com o marido não só procura o ombro do amigo, mas seu corpo todo.

3 comentários:

Norma de Souza Lopes disse...

Muito bem construído, o seu conto. Parabéns
Norma

Vuch@ disse...

Nossa...vesti a carapuça...so falta o ombro amigo...rsss.
Adorei o conto.

Anônimo disse...

Quando recebi seu comentario pensei que fosse algo a respeito de epilepsia. Nao entendo pq vc entra num grupo tão especifico p expor uma coisa pessoal. Me desculpe mas nao nao entendi MESMO sua intenção.