Desejo não é pecado

“Amor é o desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (*Robert Frost)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A casa de Maresias - Capitulo VIII


Clarice

Com a descoberta de sua sexualidade Clarice resolve explorar suas possibilidades de sedução. E a sua proximidade com o pai e o seu fascínio por ele a fazem querer seduzir um homem da mesma idade que ele. Num das festas dadas pelos pais na casa de Maresias, ela bebe sedutoramente do copo de um homem mais velho para sentir o gosto do que ele bebe. Mordia os lábios olhando pra ele, se insinuava andando pra lá e pra cá, passando despercebida e sorrindo juvenilmente pros pais para que eles não desconfiassem de suas intenções. Usa, inconscientemente, um artifício mágico que muita mulher experiente sequer conhece, levanta os braços e exibe as axilas raspadas. O amigo do pai gosta, enquanto bebericava seu uísque , disfarçadamente inicia uma aproximação com ela.Sua esposa já está bêbada e conversa animadamente com a psicóloga e com outra amiga do casal.O arquiteto está na outra varanda conversando com outro amigo, provavelmente sobre a construção de algum dos prédios que está envolvido. Ninguém percebe mais os dois flertam. Eles se afastam discretamente da sala, vão para a varanda da frente.O homem mais velho parece excitado e Clarice gosta do que sente, daquele perigo , daquela adrenalina de atrair um homem mais velho.Os dois conversam, ela de saia curta se senta de pernas cruzadas na poltrona revelando os joelhos redondinhos de curvas mais doces que pêssegos maduros.E o homem mais velho foi ficando maluco com aquela boca rosa, com os cabelos que pareciam um milharam ondulante quando o vento vindo da praia batia.Foi buscar mais gelo, certificou-se que ninguém estava prestando atenção neles, mas gelou quando notou um certo olhar da esposa que mesmo bêbada parecia querer saber o que ele estava fazendo. – Meu amor vou ali levar gelo para todos. Disse fazendo força para parecer natural e não despertar desconfianças.A psicóloga nem sonhava que a filha estava na varanda da frente esperando pelo homem mais velho.Ele voltou com mais gelo, deu mais alguns golinhos pra ela e marcou um encontro com Clarice para mais tarde, na praia, quando todos estivessem dormindo, porque naquele momento era perigoso demais.Mesmo assim ela, safadinha, segurou num dos braços dele sedutoramente, como uma onça filhote, como uma cria de águia que estava aprendendo a caçar, - não quer nem experimentar antes?. Um misto de medo e loucura percorreu a espinha do homem mais velho, que não pensou duas vezes e beijou a boca de Clarice.Na pontinha da língua a menina estava aprendendo como se filtra o mel que embebedava aquele velho colibri, como se destila um veneno para enlouquecer aquele vampiro que pensava que beijando uma virgem estava tornando seu corpo mais jovem e sua masculinidade ainda mais viril.O beijo foi rápido e intenso, deixou o homem mais velho atordoado e trêmulo.Clarice sorria, achava graça na reação dele.Provou pela primeira vez aquela sensação louca que reúne em si nojo e desejo, desprezo e admiração. O homem mais velho, assustado, logo foi ao encontro dos outros na outra varanda, para se safar e para não despertar suspeitas.O abate da ninfeta, da Lolita da casa de Maresias ficava pra mais tarde.
Depois que todos dormiram Clarice pulou a janela, ele saiu de fininho, a mulher bêbada roncava no quarto, ele seguia seu instinto de macho confiante. A ninfeta Clarice já estava sentada na areia, num ponto da praia onde já tinha estado com garotos, e fingiu não perceber a aproximação do homem mais velho, o vampiro avelhantado de cabelos brancos, barba mal feita e com cheiro de cigarro na boca.E ele lhe mordeu o pescoço, ela ficou arrepiada de virar os olhos, ele foi descendo pelas costas, mordia de ficar marca, quase tira um pedaço dela.Clarice parecia gostar daquela selvageria porque só estava acostumada com os garotos ainda tímidos e inexperientes que pouco sabiam daquela loucura toda de homem mais velho.Rolavam na areia, se roçando e quase se engolindo.Clarice, a ninfeta da casa de Maresias, ficava com os olhos semi-abertos, a boa entreaberta respirava em gemidos como se fosse uma cadelinha no primeiro cio, e o homem mais velho parecia estar se refestelando com aquela carne nova, aquela cabrita que ele devorava em banquete, e uma de suas sobrancelhas arqueava de perversidade, como se ele fosse um lobo-mau devorando a chapeuzinho vermelho. Ele, colibri encanecido, mordia o ombro dela, babava em seu pescoço, sua nuca tinha a tinta nova raspada pela barba mal feita dele, o homem mais velho. Ele se sentiu poderoso ao ver o corpo nu da ninfeta, queria possuí-la, queria beber de seu corpo a juventude.
E ela deixou o homem mais velho sugar seu corpo todo, principalmente os seios pelos quais ele tinha fixação, mas ela não se entregou totalmente a ele, não quis perder a virgindade com aquele bode velho, queria é só diversão, o homem mais velho, o vampiro de cabelos brancos, o colibri de asas cansadas, ficou zangado, mas ela retrucou imediatamente, na verdade já tinha um plano para escapar de suas garras mesmo antes, se você forçar eu grito e todo mundo vai ouvir.Com medo, o vampiro homem, o bode mais velho, se conformou em gozar nas coxas dela.E o liquido dele escorreu viscoso pelas pernas dela.Ela lavou tudo no mar e voltou para a casa pulando de volta janela do quarto onde ainda haviam bichinhos de pelúcia.

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